DIREITOS HUMANOS / 06/12/2011

Em Carta Aberta, CRP SP, manifesta defesa ao debate científico em saúde mental em Sorocaba

Em Carta Aberta, CRP SP, manifesta defesa ao debate científico em saúde mental em Sorocaba

O Prof. Dr. Marcos Roberto Vieira Garcia, do campus Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) e o psicólogo Lúcio Costa, estão sofrendo processo judicial por parte de hospitais psiquiátricos privados pela divulgação do Levantamento de Indicadores sobre os manicômios de Sorocaba e região. O estudo aponta que o número de mortes nas instituições localizadas nessa região é muito maior que a média estadual.

O FLAMAS, entidade à qual os pesquisadores são ligados, receberá, nessa semana, dia 9, pelas mãos da Presidenta Dilma Roussef o Prêmio Direitos Humanos, conquistado na categoria "Enfrentamento à Tortura", pela sua atuação no ano de 2011.

Diante desse contexto, o CRP SP, em Carta Aberta, manifesta sua defesa ao debate científico sobre o cenário em que se encontra o tratamento à saúde mental na região de Sorocaba. "O CRP SP repudia veementemente qualquer forma de desrespeito e desqualificação da atitude e da pesquisa científicas, assim como o impedimento da liberdade de expressão e o aviltamento dos Direitos Humanos", defende trecho da Carta.

Leia abaixo a íntegra do documento:

Carta Aberta em defesa do debate científico sobre a atenção em saúde mental na região de Sorocaba

O Conselho Regional de Psicologia de São Paulo - CRP SP - vem a público manifestar seu apoio aos psicólogos Lucio Costa e Marcos Vieira Garcia, na defesa incondicional dos Direitos Humanos e na atenção à saúde mental, de modo a garantir a integridade física e psíquica das pessoas com transtornos mentais. Defendemos também um tratamento digno realizado na rede substitutiva ao modelo hospitalocêntrico. Os psicólogos citados integram o FLAMAS - Fórum da Luta Antimanicomial de Sorocaba e Região - que divulgou recentemente pesquisa sobre o número de óbitos de pacientes internados nos hospitais psiquiátricos de Sorocaba e região e acaba de receber o prêmio nacional de Direitos Humanos na categoria combate à tortura.

Além de cientificamente evidenciar o elevado número de óbitos em relação a outras instituições similares, a pesquisa traz indicadores que apontam que a política de saúde mental de Sorocaba e região está na contramão da Lei. 10.216/2001, que instituiu a Reforma Psiquiátrica, e por consequência, também não respeita os Direitos Humanos dos usuários dos Serviços de Saúde Mental. A Lei nº 10.216/2001 dispõe sobre a proteção e o direito das pessoas com transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. No seu art. 2º, parágrafo único, a lei estipula uma série de direitos das pessoas portadoras de transtorno mental, dentre os quais, o de serem tratadas, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.

A desinstitucionalização deve estar atrelada à criação de serviços substitutivos eficientes, que contribuam para a inclusão social destes pacientes e o resgate da cidadania. Essa ênfase no tratamento de base comunitária, com acesso a todos os serviços e modalidades de atendimento necessárias ao tratamento adequado dos transtornos mentais, de fato, constitui um progresso importante para a área em todo o país.

A reforma psiquiátrica constitui-se numa proposta que dá ao fenômeno da loucura uma resposta social diferente da asilar, reduzindo a internação a um recurso eventualmente necessário. O CRP SP apoia a reforma psiquiátrica, a rede de saúde mental de base comunitária, bem como as significativas contribuições que o Fórum da Luta Antimanicomial de Sorocaba e região - FLAMAS - e, especialmente, a seriedade, a cientificidade, a conduta ética e o compromisso social reiteradamente demonstrados pelos psicólogos Lucio Costa e Marcos Vieira Garcia que revelam seu profundo senso ético, ao denunciarem, de modo responsável, situações de violação de direitos, conforme disposto no Código de Ética Profissional do Psicólogo.
O CRP SP repudia veementemente qualquer forma de desrespeito e desqualificação da atitude e da pesquisa científicas, assim como o impedimento da liberdade de expressão e o aviltamento dos Direitos Humanos.





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