DIREITOS HUMANOS / 29/03/2018

31 de março de 2018: 54 anos do Golpe Militar

 

31 de março de 1964: um golpe de Estado derrubou o presidente democraticamente eleito João Goulart e implementou um regime militar no Brasil.

 

Diversos fatores levaram ao golpe, alguns circunstanciais e outros que se arrastavam havia décadas, mas, resumidamente, dá para dizer que o movimento surgiu para afastar do poder um grupo político, liderado por João Goulart, que, na visão dos conspiradores, levava o Brasil para o “caminho do comunismo”. Para entender melhor o golpe, é preciso lembrar o clima de radicalismo político que o país vivia. O fato é que os setores conservadores, e mesmo as instituições políticas e jurídicas, sempre tiveram dificuldades de lidar com a frágil experiência democrático-eleitoral brasileira que se seguiu à queda do Estado Novo em 1945.

 

O regime militar brasileiro teve uma grande capacidade de combinar o autoritarismo institucional exercido pelos generais-presidentes à frente do Estado, com práticas de repressão policial direta, legais e ilegais, no controle das oposições armadas e desarmadas. O maior instrumento para essa repressão e para arrancar confissões foi a tortura.

 

16 de fevereiro de 2018: o Presidente Michel Temer decidiu decretar intervenção federal na segurança do Estado do Rio de Janeiro, assolado por grave crise. Em nome da manutenção da segurança, direitos das moradoras e moradores das comunidades foram e continuam sendo violados.

 

Passados 54 anos do golpe militar de 1964, depois de o Brasil aparentemente ter retomado o regime democrático, a repressão policial ainda continua, com agentes do Estado torturando aqueles que estão sob sua tutela, a fim de punição ou de conseguir confissão. 

 

O que a psicologia tem a ver com isso? A psicologia começa oficialmente no Brasil em 1962 e transpassa o regime militar como uma profissão elitista, basicamente de consultório, atendendo questões subjetivas de uma pequena parte da população que podia pagar por esse tipo de tratamento. Tinha, portanto, pouco olhar e pouca escuta para as questões sociais.

 

No entanto, como o Brasil conseguiu, depois de muita resistência, trocar o regime militar pela democracia, a psicologia também começou a mudar, implicando-se mais com o social, lutando por políticas públicas que garantam os direitos da maioria pobre e periférica.

 

Se hoje boa parte da psicologia é implicada socialmente, devemos nos posicionar contra a violação dos direitos humanos, contra a tortura, contra a confinação de pessoas em instituições asilares com a justificativa de tratamento de transtornos mentais e uso de álcool e outras drogas. Se a psicologia não conseguiu se levantar contra o golpe de 64, apontando suas mazelas, ela pode muito bem fazer isso nos dias atuais, apontando os abusos do Estado, defendo a implantação de mecanismos de prevenção e combate à tortura Brasil a fora, indo para as ruas para defender a democracia, mostrar os desmontes das políticas públicas, entre tantas outras lutas necessárias.

 

Nesse sentido, mais um “31 de março” não poderia passar despercebido pelo Conselho Regional de Psicologia de São Paulo. É mais um momento de reflexão sobre o Brasil atual e como a psicologia, enquanto ciência e profissão, não pode ficar alheia, ensimesmada, sem olhar o social e seus efeitos nas subjetividades das pessoas que precisam de sua atuação.





Institucional

Conheça o CRP SP
Conselheiros
Subsedes
Comissões
Licitações
Transparência
Nova sede
Atendimento

Boletos on-line
Anuidades
Atualizar cadastro
Cadastro nacional
Concursos
Declaração Profissional
Validação de Declaração
Inscrição de empresa
Inscrição pessoa física
Profissionais inscritos
Entrega de CIP
Orientação

Código de Ética
Manuais
Representações
Título de especialista
Legislações
Tabela de honorários
Testes psicológicos

Publicações

Boletins CRP SP
Cadernos temáticos
Campanhas e ações
Cartilhas
CREPOP
Diversos
Exposições virtuais
Jornal Psi
Livros
Memória da Psicologia
Notícias
Páginas temáticas
Quadrinhos
TV Diversidade
Vídeos
Agenda

Agenda CRP SP
Outros eventos
Indique um evento
Transmissões online
Planejamento estratégico
Conselho Regional de Psicologia 6ª Região | R. Arruda Alvim, 89 | 05410 020 | São Paulo/SP | Tel. 11 3061 9494