Ontem, 05/01/17, o CRP SP participou do Ato Público 'Nenhuma a menos - o machismo mata!', que ocorreu no município de Campinas, como forma de enfrentamento e protesto ao feminicídio em massa ocorrido na virada do ano, que vitimou 12 pessoas, dentre elas 09 mulheres. Viemos a público manifestar o imenso pesar e perplexidade diante do ocorrido e alertar as autoridades responsáveis pelo caso, que a sociedade civil espera que as investigações sejam aprofundadas e, a seu tempo, que as informações sejam publicizadas. 
 

Estivemos presentes no ato para nos somarmos às vozes de indignação e luta contra a misoginia e a violência de gênero e para garantir que o saber psicológico não esteja a serviço de justificar a Chacina de Campinas através da leitura de uma suposta doença ou transtorno do assassino ou ainda de promover análises que resultem na culpabilização da vítima.
 

O feminicídio (LEI Nº 13.104, DE 9 DE MARÇO DE 2015) é por extensão um crime de ódio, um mal social e cultural, que assassina mulheres pelo simples fato de serem mulheres. No Brasil, a taxa de feminicídios é a quinta maior do mundo, de 4,8 para 100 mil mulheres, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo o Mapa da Violência (2015), em 2013 33,2% dos homicidas eram parceiros ou ex-parceiros das vítimas.
 

Nesse contexto, o papel da/o profissional de psicologia é empregar seu saber na luta pela transformação dessa sociedade misógina e para a desnaturalização de comportamentos machistas, seja como psicóloga/o das políticas públicas, escolar, de recursos humanos, da clínica ou social, através de um fazer crítico e comprometido com a defesa dos direitos humanos. 
 

Prestamos nossa solidariedade às/aos familiares e amigas/os das vítimas afirmando sempre nossa posição de dar visibilidade a todas as formas de violência cometidas contra as mulheres e promover os meios de enfrentá-las.