Nós, trabalhadores e usuários do distrito de Sáude Butantã vimos por meio desta solicitar esclarecimentos sobre a construção do Centro de Apoio Psicosocial Álcool e Drogas (CAPS AD) que estava programada para o território.

Temos informações de que o CAPS AD, equipamento tão necessário para a Rede de Atenção Psicosocial mais precária em número de equipamentos da cidade de São Paulo - contamos apenas com um CAPS adulto para todo o território - seria construído junto à Unidade Básica de Saúde da Vila Sônia (o Vila Sônia II, na Rua José Capobianco) cuja obra já foi iniciada.

No entanto, membros do Conselho Gestor da Supervisão Técnica de Saúde do Butantã foram surpreendidos, em reunião com o secretário da Saúde Alexandre Padilha com o mandato da vereadora Juliana Cardoso, em 2 de outubro, com a informação de que o CAPS-AD não seria mais nesse terreno. Segundo o secretário, haveria resistência da população local.

Nós não concordamos com qualquer atraso em obra de equipamento prioritário de saúde da região. Não aceitaremos que tal decisão tenha sido tomada sem qualquer discussão com o Conselho e sem qualquer esclarecimento à população.

Estamos num momento em que necessitamos reforçar a RAPS e a resposta da política de drogas na Saúde com o crescente aumento das comunidades terapêuticas de cunho religioso, muitas sem qualquer estrutura de assistência de saúde ao usuário, inclusive com denúncias frequentes de violação de direitos humanos e que se constituem muitas vezes como alternativas para as famílias que lidam com essa questão. As unidades de saúde do Butantã referenciam os usários para o CAPS AD Vila Madalena e Pinheiros, conforme o fluxo estabelecido, porém as dificuldades de deslocamentos desses usários até essas unidades constituem verdadeiras barreiras de acesso.

Dessa maneira, exigimos a manutenção da obra conforme o planejamento da Secretaria.
 

Coletivo de Saúde do Butantã

18 de outubro de 2015