VIOLÊNCIA / 19/08/2015

Nota de repúdio à chacina ocorrida em Osasco e região

Conselho defende ampliação do debate sobre o combate à violência praticada por agentes policiais e ressalta importância de posicionamento crítico e comprometido por parte da categoria.

Diante das notícias sobre os assassinatos de cerca de 18 pessoas - em sua maioria jovens negros - ocorridos na noite da última quinta-feira, 13 de agosto, nas cidades de Barueri e Osasco (SP), o Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP SP) vem expressar seu repúdio e colocar-se ao lado da comunidade e das famílias das vítimas.

A possibilidade de estes crimes terem sido praticados ou fomentados pelas forças públicas, hipótese sustentada pelo uso de armas de uso exclusivo e pelo modo de atuação semelhante ao utilizado por grupos de extermínio ligados à Polícia Militar, reforça a necessidade de se discutir a desmilitarização da PM e com isto tornar as corporações mais próximas da sociedade e dar a elas uma formação mais voltada para a proteção da cidadania.

Em um estado democrático de direito é inadmissível que o próprio estado e seu braço de segurança, a Polícia Militar, promovam execuções sumárias. A violência policial não é uma exceção, mas um modus operandi em favor do genocídio da população negra, especialmente a da periferia, que tem crescido de forma assustadora nos últimos anos. E só uma discussão mais ampla sobre a questão, que possibilite uma mudança de paradigma e em que a segurança não seja entendida como repressão aos mais vulneráveis, pode mudar este quadro.

Diante disto, o CRP-SP defende:

- A desmilitarização das forças de segurança pública e mudanças na formação dos agentes, focando na garantia da vida e respeito à pessoa
- A atualização do currículo de formação dos agentes de segurança pública;
- A autonomia/independência do Instituto Médico Legal (IML);
- A divulgação dos dados trabalhados na "Comissão de Letalidade" e;
- A criação do Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura.

Nós, como psicólogas e psicólogos, precisamos apostar numa realidade de fato mais justa, livre e igualitária. Somente com uma Psicologia crítica e comprometida, com posicionamentos antirracistas e inclusivos, poderemos superar os mecanismos de alienação que afetam a todos enquanto coletividade.

Esperamos que os coletivos, movimentos sociais e entidades da sociedade civil comprometidos com os Direitos Humanos se fortaleçam e cresçam; que nossa categoria, em sua prática profissional nas diversas áreas das políticas públicas, busque compreender as questões advindas do sofrimento causado pela violência estrutural, pela humilhação social, preconceito racial e situações de extermínio da juventude negra e possa, no diálogo com os usuários de nossos serviços, contribuir para construção de alternativas que apontem a superação desta realidade.

O Conselho Regional de Psicologia de São Paulo une-se aos coletivos, movimentos e entidades que vêm denunciando a violência de estado e se solidariza com as famílias das vítimas e sobreviventes desta chacina.

 





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